Mauá ( Visconde e Barão ) … O Empresário do Império

Conclui a leitura de uma Biografia extraordinária … Na minha opinião, obrigatória para um Empreendedor !
Mauá – Empresário do Império de Jorge Caldeira pela Editora Companhia das Letras.

A seguir um pequeno resumo para provocar a curiosidade:

Irineu Evangelista de Souza ( Visconde de Mauá ) nasceu numa estância de gado em 1813.Perdeu o pai aos 8 anos, assassinado por disputas políticas.Seus tios arrumaram novo casamento para sua mãe, mas existia uma condição.Os dois filhos dela teriam que sair de casa. A irmã de Irineu casou-se então com 13 anos e Irineu veio para o Rio de Janeiro, sozinho para trabalhar. Arrumou serviço numa casa de comércio como caixeiro e se deu bem.Austero, inteligente e autodidata aos 15 anos era o homem de confiança do patrão.Aos 23 anos de idade, comprou a firma e aos 30 anos era um dos homens mais ricos do império.Aos 32 anos, insatisfeito com o rumo de sua vida, associou-se a um escocês excêntrico e iniciou-se no ramo da industrialização, utópico para a época.Fundou estaleiros, depois bancos, companhias de cabotagem, ferrovias, empresas de iluminação.Brigou com a sociedade da época, escravocrata, que achava o feitor o melhor gerente de recursos humanos e não entendia seus métodos de trabalhos e idéias revolucionária para a época.O próprio imperador pedia seus serviços para o bem da Pátria, como a iluminação do Rio de Janeiro, a exploração do Rio Amazonas, mas no entanto criava enormes dificuldades.Logo ampliou seu campo de ação, atravessando as fronteiras do Brasil para levar seus empreendimentos de vanguarda ao Uruguai e á Argentina, vislumbrando uma aliança regional semelhante ao atual Mercosul.

Foi um dos fundadores do Banco do Brasil, chegou a ter 17 empresas em 6 países e enfrentou ditadores latinos, banqueiros internacionais e figuras da sociedade passaram a ser seus inimigos diários. Financiou a guerra do Paraguai, com o amigo Caxias, influenciou governos uruguaios e argentinos a favor do Brasil, mas nunca foi reconhecido. Chegou a ser o maior credor das dívidas Uruguai e argentinas e o maior fomentador do desenvolvimento desses países ao contrário do Brasil, que via nele um entrave. Acumulou 2 vezes mais capital que o orçamento do Império.Já velho, sofreu intensa campanha dos ministros imperiais e acabou por falir.Vendeu todas as empresas, e decidiu ser apenas um velho rico. Continuou trabalhando até o fim da vida, recusou convites do imperador para conversar, não participava de festas, como o Baile da Ilha Fiscal, a maior festa já promovida pelo Império Brasileiro para todo o país, de debates públicos.Reabilitou o nome, coisa sagrada para ele, conseguiu cartas de crédito e convites para novos empreendimentos,ganhou títulos honoríficos como barão e depois visconde, mas recusou a tudo. Enquanto a sociedade brasileira não aprendesse suas idéias capitalistas, que hoje seriam globalizações, participações dos empregados e conselhos diretores profissionais ele nada mais faria. Novos ventos sopraram quando houve a abolição da escravatura, e novas idéias começaram a circular ainda que mínimas na capital do Império.Morreu 3 dias depois do grande baile da ilha fiscal e 3 semanas antes da proclamação da República, quase tão rico como o Império Brasileiro.