Aumenta número de empreendedores no Brasil

Brasil é o nono país com o maior número de pessoas que abrem negócios no mundo

O brasileiro voltou a investir na abertura de novos negócios. Essa foi a principal mudança no cenário empreendedor brasileiro apontada pela nova pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que mede as taxas de empreendedorismo mundial. A taxa de empresas iniciais (TEA) cresceu de 11,6%, em 2006, para 12,72%, em 2007 (equivalente a 15 milhões de empreendimentos).

Em 2007, no ranking mundial, o Brasil se aproximou mais dos principais países empreendedores do mundo, passando de 10º para 9º lugar. O valor da TEA para 2007 é muito semelhante à média dos últimos seis anos de participação do Brasil na pesquisa, que é de 12,8%. Ao se comparar esse valor à média da TEA dos países que participaram de todas as coletas de 2001 a 2007, pode-se observar que a taxa média brasileira permanece sistematicamente acima da média mundial, que é 9,07%, estimando 222 milhões de empreendedores iniciais no mundo.

Ranking mundial

A pesquisa mostra que o Brasil é o nono país com o maior número de pessoas que abrem negócios no mundo. São cerca de 15 milhões de empreendedores iniciais (que estão em fase de implantação do negócio ou que já o mantêm por até 42 meses). Eles correspondem a 12,72% da população adulta de 118 milhões de brasileiros com 18 a 64 anos de idade.
Embora o Brasil tenha subido apenas uma colocação, esse crescimento é extremamente expressivo quando se observa que nesta edição houve a inserção de cinco novos países na pesquisa: Cazaquistão, Porto Rico, República Dominicana, Romênia e Sérvia. Como a taxa de empreendedorismo de cada país é calculada individualmente, a inclusão de países na pesquisa GEM tende a alterar as posições dos países remanescentes no ranking mundial.

Nesta edição, a pesquisa GEM permaneceu trabalhando com duas categorias de ranking. Uma delas é a taxa de empreendedores em estágio inicial, medida a partir da pesquisa com a população adulta (18 a 64 anos) que está ativamente envolvida na criação de novos empreendimentos ou à frente de empreendimentos com até três anos e meio. A outra categoria é a de empresas estabelecidas há pelo menos três anos e meio (42 meses).

Na categoria de empreendedores iniciais, os países mais empreendedores são Tailândia (26,87%), Peru (25,89%), Colômbia (22,72%), Venezuela (20,16%), República Dominicana (16,75%), China (16,43%), Argentina (14,43%) e Chile (13,43%). Já os oito países menos empreendedores são Japão (4,34%), Suécia (4,15%), Romênia (4,02%), França (3,17%), Bélgica (3,15%), Porto Rico (3,06%), Rússia (2,67%) e Áustria (2,44%).

Na categoria de empresas estabelecidas, o Brasil ficou em 6º lugar (9,94%). A Tailândia (21,35%) e o Peru (15,25%) também lideram esta categoria, seguido da Grécia (13,31%), Colômbia (11,56%) e Argentina (9,96%). Entre os países com menos empresas estabelecidas estão Porto Rico (2,40%), Israel (2,36%), França (1,74%), Rússia (1,68%) e Bélgica (1,40%).

Motivação x necessidade

Como nas edições passadas da pesquisa, o GEM também diferenciou os empreendedores em função de sua motivação para desenvolver um negócio próprio. O objetivo é verificar se as iniciativas empreendedoras decorrem de oportunidades de negócios, sobre esse aspecto está inserido também o espírito empreendedor, ou se estão relacionadas à falta de opções no mercado de trabalho. Tem-se, portanto, as taxas de empreendedorismo por oportunidade e por necessidade.

Quanto a essa classificação, no Brasil, os números demonstram que o empreendedorismo por oportunidade vem crescendo desde 2003, atingindo 57% (aproximadamente 8 milhões de iniciativas) da população de empreendedores iniciais.

Conseqüentemente houve, durante o mesmo período, uma diminuição na proporção de empreendedores por necessidade, representando 43% (aproximadamente 7 milhões de iniciativas) do total de empreendedores iniciais. Proporcionalmente, ainda é possível dizer que no Brasil, para cada indivíduo que empreende por oportunidade, existe outro que o faz por necessidade.

De acordo com o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza, esse aumento de novas empresas está diretamente ligado à saúde da economia brasileira, além do elevado espírito empreendedor dos brasileiros. “Depois de algumas décadas, o Brasil está experimentando um período de crescimento continuado, com diminuição das taxas de juros e aumento significado de crédito, especialmente para as pessoas físicas.

Barboza acredita que os pequenos negócios, notadamente aqueles nascentes, são muito susceptíveis às variações na economia. São os primeiros a sentir os efeitos de queda de consumo ou dificuldades de crédito. No entanto, quando a economia vai bem há uma maior sobrevivência dos negócios existentes, bem como estímulo ao surgimento de outros.

Com a implementação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, é possível que esse número venha a crescer ainda mais nos próximos anos. Isso porque a lei traz um conjunto de normas que desburocratiza não só a arrecadação de impostos, com o Simples Nacional, como também o processo de abertura de empresa, por meio do Cadastro Sincronizado. “As medidas relativas à facilidade e agilidade na abertura das empresas ainda estão sendo gradativamente implementadas e, em breve, poderão contribuir para que o espírito empreendedor dos brasileiros possa encontrar um ambiente mais favorável e estimulador”, disse Barboza.

Cenário mundial

Além da análise das taxas de empresas iniciais (TEA) dos países, nesta edição, o GEM trouxe uma inovação metodológica. Trata-se do aprofundamento da comparação entre o Brasil com três grupos de países: G7 – grupo das sete nações mais ricas do mundo – Canadá, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão; Bric – Brasil, Rússia, China, Hong Kong e Índia; e os países da América Latina.

Por essa análise, constatou-se que a taxa brasileira de 12,72% é representativa quando comparada com outros países que desempenham importante papel no cenário mundial. Outra constatação trata da relativa estabilidade da TEA ao longo do tempo, dos países que apresentam altas taxas. Países como Brasil, China e Peru, com taxas superiores a 10, têm mantido sua posição entre os mais dinâmicos do mundo em termos de atividade empreendedora.

Livro Gem 2007
http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/estudos-e-pesquisas/empreendedorismo-no-brasil-pesquisa-gem/livro_gem_2007.pdf

Resumo Gem 2007
http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/estudos-e-pesquisas/empreendedorismo-no-brasil-pesquisa-gem/resumo_gem_2007.pdf