Quem tem poder mente melhor
A sensação de poder faz com que a pessoa fique menos nervosa ao mentir e aumenta sua capacidade de enganar os outros.
Estudo:
A professora Dana Carney dividiu os voluntários de um estudo em dois grupos: uns eram chefes, outros empregados. Os chefes ganharam uma sala maior e mais poder; tiveram, por exemplo, de determinar o salário dos subalternos. Metade dos participantes foi instruída, por computador, a roubar uma nota de US$ 100. Se conseguisse convencer um entrevistador de que não tinha surrupiado a nota, a pessoa podia ficar com o dinheiro. Os outros voluntários também foram ouvidos. No interrogatório, os chefes mentirosos exibiram menos sinais involuntários de desonestidade e nervosismo. Sob todos os critérios, foi difícil distinguir o mentiroso com poder daqueles que diziam a verdade.
Sinais certeiros da mentira:
Para a maioria das pessoas, mentir é algo estressante, que produz reações físicas involuntárias. O inquietante é que mentirosos com alto poder não exibem esses sinais reveladores, segundo o estudo de Carney.
Fala:
Quem mente prefere ais silabas por segundo, em tom mais agudo. Alem disso, repete mais palavras e frases.
Ombros:
O mentiroso contrai mais os ombros. Mas, na tentativa de ocultar a mentira, faz uma meia-contração bem peculiar.
Cortisol:
A saliva de quem mente tem uma concentração maior desse hormônio do estresse.
Olhos:
Pupilas do mentiroso dilatam.
Boca:
O mentiroso aperta um lábio contra o outro e involuntariamente solta um esgar quando acha que o mentira colou.
Números:
No estudo de Carney, quem tinha poder mexia muito menos os ombros – algo que delata que a pessoa esta mentindo – ao faltar com a verdade do que aqueles que mentiam, mas não tinham poder. Aliás, o mentiroso com poder contraia os ombros quase tão pouco quanto aqueles que contavam a verdade.
– 1,4 foi a media de vezes em que alguém COM ALTO PODER contraiu os ombros ao mentir
– 4,3 foi a media de vezes em que alguém COM BAIXO PODER contraiu os ombros ao mentir
Dana Carney é professora assistente da Columbia University Graduate School of Business, nos EUA
Publicado na Revista Harvard Businesss Review – Maio 2010